13º dia – Sobrevoando as linhas de Nasca
Nosso vôo sairia às 7 horas da manhã. Deixamos o hotel sem
café às 6:30h, para sermos os primeiros a voar numa manhã que deveria ser
ensolarada. Mas não foi bem assim, chegando ao aeroporto, uma forte névoa
cobria a região, o que impedia que as decolagens acontecessem conforme
planejado.
Ficamos aguardando a neblina dissipar até às 9:30h e, para
matar o tempo, fomos tomar um café na cafeteria do próprio aeroporto, onde
fizemos amigos e ouvimos histórias de Nasca, assistindo também um documentário
da National Geographic sobre as descobertas de geólogos e historiadores, que
continuam a trabalhar para decifrar os enigmas das linhas, pois quando
avistamos os desenhos perfeitos a uma altura de 2.500 metros, ficamos nos
perguntando como seria possível criar estes geoglifos de tais proporções que
variam de 38 a 400 metros, todos feitos do chão, numa época onde teoricamente,
não haviam instrumentos ou formas de visualizar o resultado do trabalho do
alto. Além dos desenhos, é possível entender que o povo de Nasca tinha
conhecimento de astrologia, pois as linhas representam o céu da região naquela
época, além de animais e “seres” que viviam na região, como colibris, macacos,
baleias, garças e até um astronauta. Astronauta? Por incrível que pareça, até
um astronauta faz parte dos desenhos de Nasca. Não é à toa que muitas pessoas
acham que aquele povo pode ter recebido ajuda de extraterrestres, ou que
queriam se comunicar com outras formas de vida, ou até outros deuses.
Resumindo, a experiência do vôo sobre as linhas de Nasca foi
fascinante e, portanto, recomendamos a todos que realizem esta experiência
única e imperdível.
Depois do vôo, pegamos as coisas e partimos para Abancay,
subindo uma serra linda, que aos poucos foi se tornando num grande desafio,
porque partimos de 60 metros de altura para 4.300 metros em apenas 70 km. De um
calor infernal, chegamos em uma região muito fria e com uma chuva fina que nos
forçou a parar e colocar as roupas de frio e impermeáveis.
A partir do topo da serra, a coisa piorou e pegamos uma
neblina muito forte, sendo que mesmo andando juntos, um não conseguia ver a
moto do outro, muito menos seguir viagem com segurança, porque as curvas eram
fechadas e muitas vezes éramos surpreendidos por caminhões que vinham fechando
na curva, fazendo com que freássemos para deixa-los passar enquanto não
jogávamos para o acostamento, porque não era possível ver se existia acostamento.
Pilotamos 174 km nesta condição e resolvemos parar na cidade de Piquio às 17h,
que mais parecia 10 da noite, de tão escuro, chuvoso e frio que estava.
Encontramos uma pousada simples, mas com o melhor chuveiro
quente de toda a viagem. Sob chuva fomos a um restaurante que não tinha boa
apresentação, mas naquela situação era pegar ou largar. Pedimos um prato
básico, de truta com batatas fritas, arroz e salada. Fomos surpreendidos por
uma prato saboroso, com uma truta inteira e gigante à nossa frente.
Depois do jantar, voltamos à pousada para recuperar as
energias e seguir a Cusco no dia seguinte, querendo ver a paisagem limpa que a
neblina havia nos tirado neste dia.
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